Diagnóstico
#120 Acordei. Tomei banho. Fui comprar pão. Comprei um maço de cigarros.
A Praça é do Povo, 11 de novembro de 2022.
DIAGNÓSTICO
Hoje é segunda-feira. Ontem, domingo, pensei um pouco e decidi escrever um diário.
Acordei. Tomei banho. Fui comprar pão. Comprei um maço de cigarros.
Voltei da padaria. Comecei a passar café. Parti o pão, passei manteiga e mordi um pedaço. Mastigando, acendi um cigarro e fui lavar as mãos; de mãos secas, encostei na parede entre a pia e o vaso e traguei profundamente. Fiquei um tempo fumando e olhando a fumaça. Voltei para a cozinha, apaguei o cigarro, cortei salame, comi o pão e tomei duas xícaras de café morno. Na saída, olhei para a sala vazia e peguei outro cigarro. Não acendi. Joguei o cigarro fora. Há dois anos eu não fumava. Saí para trabalhar.
Fui a pé até a loja. No caminho, acenei para os conhecidos e acendi um cigarro; apaguei na chegada ao trabalho. Atendi no balcão. Fui tomar café na esquina. Fumei. Voltei para o balcão até o fim do expediente.
Sábado, completou uma semana que a Marlene morreu; dois anos depois do maldito diagnóstico. Desde sábado que tenho a estranha sensação de me observar ao longe. Lá vou eu, voltando para casa. Parece que choro. Voltei a fumar.
Vitor Bertini
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Agora que as visitas foram embora, deixa eu contar uma coisa: