Quem diria, 23 de maio de 2025
AS FÉRIAS DA DONA IRANY
Dona Irany é minha mãe e, durante muitos anos, de segunda à segunda, foi a responsável pelos almoços familiares.
Às vezes, cansada da cozinha e quem sabe da vida, dizia que precisava de férias. Nas férias — afinal outro clima — , ela cozinhava todos os dias.
Neste texto, tirei a dona Irany para dançar por paralelismo: estou de férias; me declarei de férias e, nas férias, decidi escrever.
Reuni todos os personagens e locações, as regras de composição, pontos e vírgulas, ritmos e sonoridades, temas e lógicas do narrador, gêneros, estilos — o quê? — e liberei geral. Todos ao mar!
Para você, caro leitor, esta decisão não terá custos, só o da condescendência. Como nas últimas férias, o presente é de graça. Já o futuro, como sabemos, a Deus pertence e por ele, hoje pelo menos, não prometo nada. Estou de férias.
Vitor Bertini
A página que você está lendo é mantida unicamente por seus leitores, sem patrocínios ou publicidade há 254 edições, 4,9 anos. Se você acha que essas Histórias do Bertini valem mais um exercício de condescendência, aqui vai um botão para ajudar a tornar isso realidade. Obrigado.
Agora que falei de uma ideia tão extravagante como comércio de literatura no Brasil, aqui vai outra: uma moeda digital literária, a Esmeralda.
Cartas para a redação: bertini.vitor@gmail.com
Assim, estando o Bertini liberado dos ritos da cozinha das histórias, retomamos a leitura.
Nominalmente de férias, volto à aventura de ler Ulysses, a obra-prima de James Joyce. Em quase alemão eu perguntaria: sabes lá was ist das?
No dia de seu aniversário, Maria se maquia, fica calada, sobe nos saltos, dança para o espelho e sai para beijar.
— Glossário da edição?
— Néé. Fui.